Terminada a maratona lost in provas do doutorado, retomei a delícia da leitura das fábulas italianas, revisitadas/reinventadas por Ítalo Calvino.
Monstros, seres com os humanos desvios de caráter. Muito padre safado. Histórias populares com toda a mesquinharia e ingenuidade humana reescritas por Calvino com maestria, em meados dos anos 1950.
De repente me dou conta de que nestes dias conturbados de provas li/ouvi, não saberei precisar, a notícia de que o Conselho de Educação decidiu sugerir a proibição das Caçadas de Pedrinho, por considerar racista o discurso do pequeno herói que nos deu Monteiro Lobato.
"Precisamos tomar água de melissa", orientaria minha mãe para acalmaramos os nervos.
Li toda a obra do Lobato. Primeiro para mim, depois para meu filhote (precedeu a leitura da série de Harry Potter) com cinco anos, à época.
A aventura constante da turma do sítio sempre me abriu caminho para pensar, no meio da fantasia.
O problema do racismo não deixa de existir porque proibimos que ele exista. O racismo termina quando aprendemos a encarar e compreender o outro em toda a dimensão de nossa diferença.
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